“Os sonhos determinam o que você quer. A ação determina o que você conquista”. Anônimo
Você costuma pensar nas coisas que você tem feito na vida e pela vida? Costuma parar para saber se o caminho que você está trilhando é o que gostaria de seguir? Costuma se perguntar se a sua atitude de hoje está te levando para mais próximo do ponto de chegada? Percebo, ao longo de minha vida, o quanto é surpreendente e fácil ser pego pela ilusão das nossas atividades, da nossa pressa, da correria do cotidiano, das tarefas inadiáveis, intolerância, arrogância, prepotência, exigência, impaciência, trabalho árduo de cada dia para subir a escada do TER mais sucesso, dinheiro, patrimônio, riqueza, e por aí vai.
“O que existe atrás de nós e o que existe à nossa frente são problemas menores, se comparado com o que existe dentro de nós.” Oliver W. Holmes
Não vejo nada de errado nisso desde que, é claro, que você aja com consciência, competência, benevolência, sabedoria, etc. O que assusta é a gente descobrir que passamos boa parte de nossas vidas se preocupando com o TER, sem dar a devida importância ao SER. Recentemente, ao terminar um seminário, fui procurado por um jovem de uns trinta anos. Em poucos minutos ele me contou sobre a sua trajetória profissional. Ele disse-me que antes dos vinte anos de idade abriu uma empresa e que de lá para cá ela não parou de crescer.
O jovem me relatou que quando tiver concluído a obra de uma filial as coisas ficarão melhores ainda. Disse-me também que se tivesse um sócio ou executivo bem preparado para ajudá-lo estaria lucrando mais. E, finalmente, ressaltou que se tivesse mais dinheiro o seu negócio certamente seria mais próspero. Fiquei pensando nas várias investidas que aquele rapaz empreendedor me contou. Pude perceber que quase tudo que ele me disse referia-se a TER e muito pouco a SER. A partir daí, comecei a ficar mais atento com as pessoas que conversam comigo sobre vida, negócios, família, lazer etc.
Uma pessoa no velório do amigo muito rico pergunta ao colega ao seu lado: “quanto ele deixou?” Ao que o outro respondeu: “ele deixou tudo”.
A conclusão que chego é que as pessoas passam boa parte da vida em busca do TER, algo do tipo:
Se eu tivesse mais tempo…;
Se eu tivesse mais dinheiro…;
Se eu tivesse um carro…;
Se eu tivesse uma casa nova…;
Se eu tivesse um verdadeiro amigo…;
Se eu tivesse uma formação melhor…;
Se eu tivesse um chefe mais companheiro…;
Se eu tivesse uma nova oportunidade…;
Se eu tivesse como tirar férias… etc.
“O que se leva desta vida é a vida que se leva”
É impressionante como esquecemos da importância do SER para TER o que queremos. Imagine se ao invés de ficar lamentando a falta do TER a pessoa adotasse uma postura proativa em prol do SER. Daí, tomando por base os exemplos acima evidenciados, ela poderia mudar a estrutura de seu pensamento, passando a refletir de acordo com as novas formulações a seguir:
Se eu for mais organizado com relação ao tempo que disponho…
Se eu for mais estudioso poderei no futuro conseguir uma colocação melhor;
Se eu for morar mais próximo do meu trabalho talvez não precise de carro;
Se eu for mais cuidadoso com meus gastos pessoais talvez consiga trocar a minha casa atual por uma nova;
Se eu for mais atencioso com as minhas amizades…
Se eu for mais dedicado e disciplinado nos estudos…
Se eu for mais compreensivo, tolerante e proativo talvez possa melhorar o relacionamento com o meu chefe;
Se eu for mais persistente, atencioso e participativo talvez surja uma nova oportunidade;
Se eu for menos centralizador e confiar mais nas pessoas talvez seja possível tirar uns dias de férias com a família.
“Faça como o carpinteiro: meça duas vezes e corte uma.”
Tenho testemunhado muitos exemplos de pessoas que passaram boa parte da vida buscando o TER sem se darem conta de que, muitas vezes, o SER é o caminho mais curto e seguro para se TER o que deseja. Sair por ai como um trator de esteira abrindo caminho na marra, sem planejamento, cuidados adequados, respeito ao próximo causando mágoas e ressentimentos pode ser igual ao carpinteiro que sobrecarregado com seus apetrechos de trabalho sua a camisa para alcançar o último degrau de uma enorme escada só para constatar que a apoiou na parede errada.
Será que não seríamos pessoas melhores e mais felizes se nos preocupássemos mais com o SER do que com o TER?
Pense nisso, um ótimo dia e até a próxima.
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Sobre o autor: Evaldo Costa é escritor, consultor, conferencista e professor. Visite o perfil completo de Evaldo Costa.
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